10.9.03

Dia de Gibi Novo: JLA/Avengers 1 e Superman: Red Son 1 a 3

Se, há uns dez anos, caísse em minhas mãos um gibi em que a Liga da Justiça se batesse com os Vingadores, eu ia perder o sono esperenado pelo próximo capítulo. Mas eu não tenho mais quinze anos e supér-heróis feitos de modo honesto não me chamam a atenção.

O encontro da Liga da Justiça com os Vingadores é uma daquelas coisas míticas dos quadrinhos. Deve ter uns vinte anos que se fala na história que teve vários escritores associados a ela e que começou a ser desenhada mais de uma vez. Sempre por George Pérez - que manda muito bem na arte desta edição.

O roteiro de Kur Busiek não decepciona, só segue o tradicional nos crossovers entre editoras. Uma ameaça enorme chega aos universos da Marvel e da DC, destruindo várias coisas. Vilões de uma editora aparecem no universo da outra. Os heróis vão investigar. No final do capítulo, eles se encontram e começa a tradicional briga que se coloca no caminho dos heróis e da salvação de todo o universo.

Chato.

Superman: Red Son não tem nada de chato. A série escrita por Mark Millar é um Elseworld - termo que a DC usa para histórias em realidades alternativas - onde o foguete que carrega o Super-Homem vai na União Soviética, em 1938. Criado por Stalin, este Super é muito mais poderoso que o dos quadrinhos da continuidade normal. Do mesmo modo, seu inimigo Lex Luthor é muito mais inteligente que o convencional.

É claro que com um ser tão poderoso quanto Kal-El, a URSS se torna o poder dominante no mundo, anexando praticamente todos os países do mundo, exceto os EUA de Luthor - que não consegue aceitar a existência de um governante alienígena para o planeta. Os dois se engalfinham em uma batalha - sobretudo de egos - que define o destino do mundo e, surpreendentemente, o torna um lugar melhor.

Como em todos os Elseworlds, outros superseres aparecem. A Mulher-Maravilha continua sendo a princesa amazona, o Batman se torna um rebelde soviético e o Lanterna Verde um membro da força aérea americana. É divertido ver figuras familiares em situações novas, mas Red Son vai além disso, tendo um argumento bem mais esperto que o da maioria das séries semelhantes e um final de fato surpreendente.